O menino que roubava histórias

Este texto apresenta a motivação para eu escrever o livrinho “O MENINO QUE ROUBAVA HISTÓRIAS”. Imediatamente, você poderá estar pensando que é um plágio do livro de Markus Zusah (“A menina que roubava livros”). NADA DISSO.

Primeiro, preciso esclarecer que não li o livro nem assisti ao filme. Não tinha ideia
alguma do conteúdo que ali se desenvolvia. Esta história nasceu de uma outra história,
experiência real que vivi com o jovem Gustavo.

Gustavo era filho de uma amiga juíza e precisava de aulas particulares de português. Ele vinha à minha casa e nós estudávamos e conversámos muito sobre literatura. Até trocamos livros. Lembro -me de um “Seis personagens na busca de um autor”. Ainda lembro.

O jovem sabia que eu escrevia livros e resolvemos criar personagens para uma peça teatral. Encontrávamos, discutíamos o encaminhamento do texto e até sonhávamos em apresentá-lo em um teatro .

Um dia, sempre há um dia, mesmo nas história reais, eu estava conversando com meu velho pai quando recebi um oficial de justiça com a intimação de que precisava explicar-me, pois estava tendo a intenção de me apropriar do texto, “roubar” o texto que era dele. Como?

Fiquei em estado de choque . Tive que contratar advogado para defender-me de algo
absolutamente absurdo, consegui mostrar na justiça toda a minha participação na escrita do texto. Livrei-me disso, entretanto, fiquei devastada. Até hoje, depois de tanto tempo, me emociono ao escrever isso. O roubo é maior do que uma história.

O que levou aquele rapaz que considerava amigo a me intimar por nada. Não havia nada. Ele sabia disso. Não havia dinheiro, poder, convites, nada. Era uma história dividida. Só isso.

O que leva as pessoas a agirem de forma leviana, fazendo o outro sofrer uma injustiça? Nunca recebi qualquer explicação. Ficou só impacto.

Por essa motivação, escrevi a história “O MENINO QUE ROUBAVA HISTÓRIAS” . Quem roubou quem? Ele me roubou o carinho e a amizade que sentia por ele e por aquela família . E ele quis o quê? Por quê? Não tenho respostas. Leiam a história. Talvez ali haja uma explicação!