Sem querer fazer aula de português, na palavra escolhas há o verbo colher. Sim, colher, colhas. Quando se escolhe, se colhe e precisa assumir. E, a partir daí colhe-se o que foi escolhido.
Isso é até bíblico, colhemos o que semeamos, o que escolhemos. Parece fácil. Parece muito fácil escolher e assumir. Entretanto, não é tão objetivo assim. Há tantas exigências, tantos dissabores e até mesmo sabores que tiram você de uma escolha e encaminham para outras, porque elas se sucedem infinitamente. Não acontece como um: escolhi e pronto! Você fica feliz!
E o pior é, muitas vezes, a falta de maturidade em entender que apesar de todo o contexto guiando você vai para cá ou para lá, a escolha foi sua.
Existe também um sentimento – como se fosse uma justificativa que, por vezes, não se assume a escolha feita, pois havia um outro caminho que, de certa forma, foi impedido, sei lá por que ou por quem… E para minimizar a culpa, justifica-se.
Pode-se entender como uma espécie de remorso saudoso de não haver possibilidade de voltar e tomar antigas atitudes. Os aforismos da internet colocam também você em um espaço que não existe, forçam-se atitudes, pensamentos e você está lá sozinha com os seus.
A escolha segue sempre por uma estrada que pode não ter sido ruim, mas que nunca será completa. Esse sentimento de incompletude é só seu! Fica-se então com a palidez de um vazio exigente de superação constante de ir além, de vencer a si mesma.