É óbvio que o machismo começa na mulher: mãe, namorada, avós e todas as mulheres que cercam um menino. Um jovem, um homem mantêm o que a cultura masculina sempre exigiu do sexo masculino.
Ontem viv uma situação que não é inusitada, mas que até então não tinha vivido.
Em uma sala de espera, aguardava para fazer um raio-x e todas as cadeiras em torno da sala do exame estavam ocupadas. Ocupadas por quem? Por senhoras, uma mãe com um filho no colo e dois casais. Um dos homens desses casais estava mais afastados acabou se escondendo, fingindo que não via que eu estava de pé – com dor no joelho. Acredito que todos naquele local perceberam que eu sentia um pouco de dor. Reação alguma de ajuda foi esboçada.
o outro, um jovem acompanhado de sua namorada, mantinha-se sentado, olhando-me com uma certa ironia e sua jovem namorada ao lado não esboçava atitude alguma e continuava acariciando a mão dele.
Mantive- me de pé, sem pedir nada a ninguém, mas minha cabeça analisava a atitude da namorada, não do rapaz. Uma moça vê uma mulher que, de certa forma, não pode se mobilizar e fica indiferente.
Ora, ela naquele momento deveria falar com ele, pedir que ele mudasse de postura e me cedesse o lugar. Não, ela não somente continuou “na dela”, deixando que tudo acontecesse como ele achava que deveria acontecer.
Ele é o machista? Se for, tudo bem. Entretanto, o silêncio tácito concordando com aquilo tudo provou que ela é quem reproduz um comportamento machista que, mais tarde, ele reproduzirá com ela ou com alguém da família delas.
Qual atitude que ela deveria ter tomado? Se levantado e ter me oferecido o lugar. Seria uma grande lição para o namorado e para todos que estavam ali.
Quem é machista ou quem mantém o machismo somos nós, mulheres!