Precisamos cuidar de quem cuida

Estamos todos discutindo sobre a saúde mental dos alunos, das pessoas. Entretanto, essa discussão só terá sentido se partir de um ponto de vista mais amplo.

Quem precisa inicialmente receber cuidados e orientações? É evidente que além dos alunos, professores, direção, coordenadores, funcionários, responsáveis – todos que compõem a comunidade escolar devem estar preparados para discutir, entender e curar-se desse problema que atinge a todos: saúde mental.

Adoecemos. Vivemos como aponta o filósofo Zygmunt Bauman, em seu livro Tempos
Líquidos momentos de medo e incertezas. Compreendermos isso , é extremamente
importante, pode ser o primeiro remédio.

O pós – pandemia exacerbou a descrença e a violência. Em quem vamos nos ancorar?Ligamos a TV e deparamo-nos com a verdadeira barbárie Professora idosa assassinada; bandidos invadindo escola para proteger-se; um louco matando crianças a golpes de machadada. O que antes poderia ser um caso eventual, está tornando-se semanal. A escola vista antes como um local quase sagrado, hoje é o palco dessas cenas hediondas.

As cidades, hoje em dia, se associam toda essa insegurança. “A insegurança é a marca fundamental dos tempos líquidos – modernos”. Terrorismo, crime organizado, desemprego e solidão: todos estes são fenômenos típicos de uma era na qual, para Zygmunt Bauman, a exclusão e a desintegração da solidariedade expõem o homem aos seus temores mais graves.

Diante dessa situação, resta-nos reunirmos para discutirmos a vida que está sendo construída, a sociedade em si, as nossas comunidades, as nossas escolas, nós mesmos e apontarmos e exigirmos soluções a cada realidade que está sendo vivida.

Mais uma vez um caminho é certo: a leitura crítica do mundo, da realidade, novamente pode ser uma, mesmo pequena, solução.

Leitura recomendada:

Tempos líquidos, por Zygmunt Bauman

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